sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A leitura # 25 Diário de um killer sentimental

Este primeiro livro de Sepúlveda que leio não me encheu, definitivamente, as medidas. Soube a pouco - não só porque é um livro pequeníssimo (que li em menos de uma hora), como não constrói as personagens de modo a que me tivesse agarrado a elas. Parece-me apenas mais um conto, género de que não sou grande apreciadora. Vou procurar ler mais do autor...

«Um escrupuloso profissional do assassínio, muito competente na execução dos trabalhos e, consequentemente, muito requisitado e muito bem pago, comete um erro grave e imperdoável para alguém do seu gabarito: apaixona-se por uma belíssima rapariga francesa e enceta com esta um convívio muito burguês, que só é interrompido pelas suas viagens pelo mundo, sempre que há alguém a abater. Mas a francesinha deixa-o por outro, e ele entrega-se a um estado de prostração e de desgosto que o torna no mais infeliz dos namorados; tudo isto sucede numa altura em que tem de levar a cabo um trabalho particularmente difícil, que o obriga a deslocações contínuas, de Madrid a Istambul, de Frankfurt a Paris e, finalmente, à Cidade do México. O seu estado de alma e a sua angústia sentimental levam-no a cometer inúmeros erros, que o irão conduzir a uma espécie de reforma antecipada. Mas, antes ele terá de eliminar a vítima predestinada, associada no destino de morte a uma outra pessoa que o assassino jamais teria imaginado encontrar, e que se revela com um espetacular golpe de teatro apenas nas últimas páginas. Guiado pelo fio de uma constante e divertida ironia, este breve romance, datado de 1996, é certamente o roduto mais apurado e mais bem construído que Luis Sepúlveda deu à estampa até ao momento: a estrutura do romance negro, com os seus mecanismos perfeitos e a sua abundante dose de atrocidades, encontra um clamoroso contraponto nos males de amor do assassino, numa agradabilíssima paródia de um género que, muitas vezes, consegue até fazer-se levar a sério.» (da contracapa)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A leitura# 24 O Senhor Ventura

«Escrito em 1943, O Senhor Ventura apresenta-nos a figura de um português errante por terras do Oriente, uma figura com uma longa tradição na literatura portuguesa, desde Os Lusíadas ou a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto até O Mandarim de Eça. 
O Senhor Ventura, personagem que parece extraída do melhor romance picaresco, sai do seu Alentejo natal para se lançar a uma vida de aventuras pela China, que o levará ao desempenho das mais diversas atividades, nem sempre legais. A viagem serve-lhe também como descobrimento da amizade e do amor que o protagonista vive de forma atormentada. 
A figura do senhor Ventura personifica o triunfo da vontade, mas também propicia uma reflexão sobre uma certa ideia de Portugal. Nesta personagem, Miguel Torga reivindica a recuperação do espírito intrépido e aventureiro dos portugueses da época dos Descobrimentos. Em palavras do autor: "Não me resigno à ideia de ter vindo à luz neste tempo e numa terra durante séculos inquieta de descobrir e saber, e depois tragicamente adormecida para tudo o que não seja olhar-se e resignar-se... Encho-me da lembrança mágica do Senhor Ventura, que nenhuma razão impediu de correr as sete partidas que esperam em vão por nós."»

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