segunda-feira, 28 de março de 2016

Música na literatura # Sul

«Hordas silenciosas de japoneses atafulham as estreitas vielas da cidade durante o dia, raziam as lojas da Gucci, da Versace, do Dolce & Gabbana (também eles encontrados no Florian, bebendo um campari ao fim da tarde) e deslizam, em grupos de quatro gôndolas lado a lado, qual expedição de índios canadianos descendo o Ontário, com um acordeonista e um cantor de árias napolitanas à proa de uma das gôndolas entretendo-os ao som do Santa Lucia, enquanto eles, eternamente impenetráveis, de rostos escondidos por trás das máquinas de filmar, vão engolindo Veneza com uma capacidade silenciosa, que aos turcos sempre falhou.»  pg. 156 (Sul)

Música # Carinhoso


sábado, 26 de março de 2016

Música na literatura # Sul

«Às cinco da tarde, já com o sol a retirar-se, avistamos a última praia antes de Fortaleza: Mucuripe, um nome que no meu espírito está desde sempre associado a uma das inesquecíveis canções da grande, da inimitável, da imortal Elis Regina («As velas do mucuripe/ vão sair para o mar/ hoje à noite namorar/ sem ter medo da saudade / sem vontade de casar«). pg. 152


A leitura # Conversas de Escritores # 5

E pronto, terminaram as conversas. As primeiras conversas, por enquanto, uma vez que já está encomendado o segundo volume. Gostei muito do livro. Na altura em que o programa dava na RTPN, a poucas conversas assisti pois só me apercebi da sua existência quando faltavam poucos episódios para acabar. No entanto, parece-me que as conversas escritas são muito mais apetecíveis. Pelo menos para mim, são concerteza. As últimas conversas do livro foram com Gunter Grass, Jeffrey Archer, José Saramago e Dan Brown. 
Gunter Grass foi prémio Nobel da literatura em 1999, no ano seguinte a Saramago. Cá por casa tenho «O gato e o rato» mas ainda não o li. A entrevista fez com que as minhas atenções se virassem para «O tambor», que descreve o período em que Hitler esteve no poder, na perspetiva de uma criança, que se recusa a crescer. Gunter Grass, ele próprio era uma criança nessa altura. Deve ser muito interessante este livro! Esta foi das entrevistas mais profundas de todo o livro. Aquela de que mais gostei.
Seguiu-se Jeffrey Archer, um escritor inglês, do qual não conheço absolutamente nada. Tem 14 livros editados e vários de grande sucesso. Fiquei curiosa por ler «Caim e Abel». A ver se o arranjo no OLX.
Depois foi a vez de José Saramago. Gosto sempre das conversas com Saramago, das suas respostas inteligentes e inesperadas. De Saramago li, há muitos anos, o «Memorial do convento» e «O ano da morte de Ricardo Reis e, há pouco, «Ensaio sobre a cegueira». Este é um livro extraordinário, inovador, atrevido, interventivo, fascinante, que nos agarra até ao fim. Tenho, definitivamente, que ler mais de Saramago. A conversa fez-me pensar em ler «As intermitências da morte» e «Ensaio sobre a lucidez» - obras que também «testam a sociedade em situações-limite»: a greve da morte e uma epidemia de voto em branco. Segundo Saramago, um bom romance «deve ser uma acha capaz de romper o mar gelado da nossa consciência (como dizia Kafka) e, se não for assim, não vale a pena». 
Ah. Uma anotação que não posso deixar de aqui registar: Saramago acha que a leitura obrigatória no 12º ano de Memorial do Convento deveria ser substituída por outra, e recomenda «um bom livro, um excelente livro, um admirável livro que é a Escola do Paraíso» de José Rodrigues Miguéis. Fica a dica (para eu própria o ler).
E terminou o livro com Dan Brown. Deste autor li «O código da Vinci» e, neste momento, não me apetece voltar a lê-lo.
Um livro muito interessante, sem dúvida, este «Conversas de Escritores». A ver vamos se o segundo volume me cativa da mesma forma.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A leitura # Conversa... com Isabel Allende # 4

Hoje foi a vez da chilena Isabel Allende - uma escritora com quem simpatizo, mas da qual não conheço muito. Na adolescência, li «Eva Luna» e «Contos de Eva Luna» e, muito mais tarde, «Paula». Este último foi um livro marcante, completamente emotivo. Conta a história de sua filha que adoeceu e entrou em coma. Durante esse tempo, a mãe Isabel escreve-lhe cartas que descrevem o que foi a sua vida e as suas memórias, prevendo que, quando acordasse do coma, como lhe haviam dito os médicos, a filha teria lapsos de memória. A partir do momento em que sabe que a filha não acordará, altera o tom do livro, deixando de o escrever para ela. É um livro fortíssimo.
Apesar de ter muita vontade de ler mais da autora, tenho protelado. Cá por casa, esperam-me «A casa dos espíritos», «Retrato a sépia», «A filha da fortuna» e «O plano infinito». Os três primeiros constituem uma espécie de trilogia (fiquei a saber na conversa), que começa com «A filha da fortuna», prossegue com «Retrato a sépia» e termina com «A casa dos espíritos». Mas apetece-me alterar a ordem e começar pelo último (conta a história da sua família e do seu país, iniciando com uma carta também, como «Paula», desta vez ao seu avô) - que foi o primeiro livro da carreira da autora.

quinta-feira, 24 de março de 2016

A leitura # Conversas de escritores # 3

Hoje foi a vez de Miguel Sousa Tavares. Um homem com quem não simpatizo, de todo, mas cuja obra aprecio. Pelo menos o que li até ao momento. Adorei o «Equador». Achei um livro extraordinário. Gostei de «O rio das flores». Estou agora a ler «Sul» - muito diferente dos anteriormente enunciados, claro, já que é uma compilação de histórias de viagem. O modo como apresenta as crónicas não me está a fascinar, mas as descrições são interessantes. De seguida, vou ler «No teu deserto». Confesso que estou muito curiosa. Aliás, este livro conta uma antiga aventura no deserto, que também é contada no livro «Sul», que estou agora a ler.
A certa altura, diz MST na conversa: «Um bom romance, para mim, é o livro que largámos na véspera e que passamos o dia inteiro a pensar nele e a desejar que volte a ser noite, e que nós voltemos a estar na cama e que voltemos a reencontrar as personagens. É um livro em que os personagens e a história vivem connosco e enquanto nós estamos a lê-lo é como se tivéssemos uma vida paralela. Nós temos a nossa vida de todos os dias e temos aquela história que caminha connosco e, quando chegamos ao fim, fechámos o livro e a história continua a caminhar connosco, regressa muitas vezes.» Esta também é a minha noção de um bom romance!

quarta-feira, 23 de março de 2016

A leitura # Conversas de escritores # 2

Continuo a ler as conversas. Adoro ler uma boa conversa. Com escritores, normalmente, gosto ainda mais. Embora dependa dos escritores, como é óbvio. A conversa que se seguiu foi com a escritora Sveva Casati Modignani. Apesar de ser sobejamente conhecida, autora de imensos bestseller, nunca li nada dela. Nada! Gostei da conversa e fiquei curiosa. É óbvio que deve ser leitura para «entreter»... mas isso também apetece, de vez em quando... É um fator positivo a pontuação de alguns dos livros no Goodreads. Encomendei no OLX quatro livros da Sveva. Não porque a curiosidade fosse assim tão grande, mas porque estavam muito baratos e não me consegui decidir por um. Estão a caminho «A viela da duquesa», «Feminino singular», «O jogo da verdade» e «Baunilha e chocolate». Acho que exagerei... A ver vamos!
A conversa seguinte foi com Paulo Coelho. Nunca tive vontade de o ler. Li há muitos anos «Onze minutos» e não me acrescentou muito, com certeza, pois mal me lembro do tema... Mas também encomendei «O alquimista». Qualquer dia leio-o. Foi dos livros mais vendidos em 74 países, e isso também me deixou curiosa. Ouve-se falar tanto do escritor que gostava, também eu, de ter uma opinião... o que é impossível, se não o ler.

terça-feira, 22 de março de 2016

1 ANO MEU AMOR

Um dia depois do Dia do Pai, no 1º dia de Primavera e no Dia Internacional da Felicidade, completas o teu PRIMEIRO ano de vida, meu amor! Acho que não podem existir tantas coincidências... foste uma dádiva de Deus, com tudo planeado ao pormenor, tudo perfeito, meu amor! Neste momento, o que a mamã quer que tu saibas é que te ama muito, com todas as forças e que vive de ti e para ti, meu amor! 
Tens um ano, como é possível? Parece que nasceste há tão pouco tempo! Neste ano, tão feliz e tão atribulado, já me ensinaste tanto, minha querida! 
O teu sorriso tão sincero, o teu olhar firme, o teu cheiro docinho, a tua pele macia, a tua gargalhada nas nossas brincadeiras, a mordidinha que me dás sempre que consegues, a tua perspicácia, a tua desenvoltura... (não me lembro de bebé mais destemido, consegues alcançar sempre o que queres!) ensinam-me muito em cada dia!
Agora que fizeste um ano já dás uns passinhos (sempre com ajuda), ainda nas pontinhas dos pés (não te deixamos, mas insistes... ); gatinhas, em superfícies moles, no sofá ou na cama, no chão arrastas-te; queres andar o tempo todo e nunca te cansas; continua a ser fácil alimentar-te: leitinho que adoras, iogurtes naturais (os preferidos), papinhas de cereais, sopinha de carne (de peixe é um tormento), frutinha, que também adoras e mais uns alimentos...o pão, bolacha maria... e pouco mais - resistes bastante à mudança...; adoras brincar com o que não podes: as máquinas são os teus objetos preferidos (telemóveis, máquinas fotográficas, de filmar, comandos), os teus brinquedos são muito úteis para coçares as gengivas e para atirares ao chão, para veres os papás a ir buscar, sua malandreca; adoras desconstruir: não colocas nenhuma peça nos locais certos (puzzles, legos, ...) e retiras imediatamente as que vês encaixadas(!); não gostas de ser vestida, mas ajudas-me a vestir-te; tens 6 dentinhos; continuas a dormir bem, excepto à noite, aí fazes de tudo para te manteres acordada, de tudo, tudo, ...; ainda dormes connosco, meu amor ( e nós adoramos); o banho é um dos teus momentos preferidos do dia, agora descobriste que, se te mexeres, nos encharcas a nós e a toda a envolvência e começa a ser habitual essa brincadeira; continuas a dizer mamamamama, papa ou papá (não sei bem), xuxa... e hoje ia jurar que me pediste água (mesmo assim, com todas as letras!); já bebes água do teu copo; já gostas de te «exibir» e se a mamã se ri, repetes e repetes, olhando-me à espera de nova risada; bates palminhas, com uma alegria contagiante, sempre que te pedimos, sempre que te apetece, quando te cantamos ou quando ouves uma música de que gostas; adoras música, ficas quietinha a ouvir o que gostas, do princípio ao fim - já assim era na barriga da mamã; estás agora a descobrir o teu corpo, a iniciar a descoberta, ... Como eu, a iniciar a descoberta do teu ser, minha filha!
Estás linda, meu amor. Cada dia maior, mais esperta e mais linda, minha querida!

sábado, 19 de março de 2016

O teu 1º Dia do Pai

Apesar de te teres tornado tão inquieto, por seres superprotector... apesar de me sugares as energias pelos medos que transportas... apesar de... e de... e de... És o melhor pai que a nossa filha podia ter tido, disso não tenho dúvidas! Manifestas em (quase) tudo o que fazes o grande amor que lhe tens e isso é o mais importante da vida: o Amor!

A leitura # Conversas de Escritores # 1

Nestes últimos tempos não tenho lido praticamente nada. O que não me deixa satisfeita, nem sossegada. Ler é muito importante para o meu bem-estar e para a minha sanidade mental. Mas o tempo que me resta depois de todas as tarefas cumpridas é pouco e acabo por optar por outras atividades que me descansem mais o cérebro. Não é que ler não me descanse o cérebro... mas há outras que o descansam muito mais! Tenho iniciados vários livros e não acabo nenhum. Não consigo entender bem isto. É algo novo, que não acontecia anteriormente. Acabava sempre ou quase os meus livros. A não ser que fossem intragáveis. O que nem é o caso. Estou a ler então: «Sul», de Miguel Sousa Tavares; «Um começo inteligente para o seu bebé»; «De animais a Deuses: breve história da humanidade» e «Cemitério de pianos», de José Luís Peixoto. O meu objetivo era acabá-los antes de iniciar qualquer outro. E por isso fui adiando pegar num novo. Mas nem lia os iniciados nem lia nada... Então decidi começar outro!
Hoje iniciei «Conversas de Escritores» de José Rodrigues dos Santos. Ainda só li a conversa com dois escritores. São 10. Com Ian McEwan e com Luís Sepúlveda. 
Diz o José Rodrigues dos Santos que «Um escritor é grande quando gostamos muito do que ele escreve. Embora aceite que esta definição é exasperantemente redutora, não encontrei nenhuma que fosse mais operacional.» Destes dois escritores conheço muito pouco. De Ian McEwan li «A criança no tempo», de que gostei. Não adorei. E vi o filme Expiação, baseado num dos seus livros. Diz o autor na entrevista que «Uma das grandes forças dos romances é mostrar-nos o que é ser outra pessoa». Concordo plenamente e é este um dos motivos que torna tão fascinante a leitura, principalmente quando as personagens estão bem trabalhadas e construídas.
O outro autor, cuja entrevista já li, é o chileno Luís Sepúlveda. Também conheço muito mal. Só li «Diário de um Killer sentimental» e também não adorei. As duas principais ideias que me ficaram desta entrevista foram «a leitura fundamentalmente tem de proporcionar ao leitor aquilo a que se chama possibilidade de evasão» e «quando lemos um livro desligamo-nos da realidade e, consoante o que tenhamos lido, voltamos à realidade em melhores condições, um pouco mais inteligentes, um pouco mais alegres. Essa é a única função que o livro tem.» Não podia concordar mais. 
Vamos prosseguir as entrevistas, que estou a gostar!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Uma escapadinha

Acabamos de marcar quatro diazinhos de férias! Estamos mesmo, mesmo a precisar! Inicialmente estávamos a pensar rumar a outros locais, mais longínquos, no entanto, resolvemos não sujeitar a nossa princesa a viagens longas e vamos ficar por perto. Mas o que precisamos mesmo, neste momento, é que tomem conta de nós... 

terça-feira, 15 de março de 2016

Pics in my pocket # palminhas

A minha menina começou hoje a bater palminhas! Nunca insisti muito com ela para que o fizesse mas, por insistência da avó, ela aprendeu. Depois de um extenuante dia de trabalho, ao chegar a casa, sou presenteada com o bater de palminhas muito enérgico e entusiasmado. Nunca julguei ficar tão feliz. Deu-me  alento e ânimo para o resto do dia! Emocionei-me à séria, com lágrimas incluídas! Foi a confirmação do desenvolvimento da minha princesa. Também já faz os gestos (um pouquito aldrabados) de «doidas andam as galinhas», o rodopiar de uma mão, da outra, das duas e o dedito a tocar na palma. Mais fofinha é impossível...
A cerca de uma semana de fazer um ano, diz papa, mamã, papá, xuxa e um ou outro vocábulo que não conseguimos entender. Até há poucos dias, quando se queria deslocar, conseguia, mas arrastando-se... agora já gatinha, em algumas superfícies mais moles. Tornou-se também mais ágil, o que torna tudo um pouco mais perigoso! Adora ir às estantes dos DVD's e de ir tirando, tirando, ... adora atirar com os brinquedos e fica a ver a nossa reação. É muito observadora e atenta a tudo o que se passa à sua volta! Mesmo muito! Procura com os olhos alguns objetos pelos quais perguntamos: o Panda, o pateta, uma foto de família,... O ritmo de crescimento, principalmente ao nível cognitivo, está agora a aumentar e vamo-nos surpreendendo, quase diariamente, com as aquisições que faz. É, simplesmente, o melhor da Vida!

quarta-feira, 9 de março de 2016

Movies # A felicidade nunca vem só

«Sacha (Gad Elmaleh) adora tocar piano, sair com os amigos e ir a festas. Ele vive o momento, sem se preocupar com a hora ou com compromissos. Charlotte (Sophie Marceau) tem três filhos, dois ex-maridos e uma carreira de sucesso. Ela não tem tempo para um compromisso sério no momento. Eles não têm nada em comum. Eles não deveriam ficar juntos, mas foram feitos um para o outro.»
Uma comédia romântica, muito agradável, bem ao estilo francês (como eu gosto)...

Realizador: 


terça-feira, 1 de março de 2016

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