sábado, 26 de março de 2016

A leitura # Conversas de Escritores # 5

E pronto, terminaram as conversas. As primeiras conversas, por enquanto, uma vez que já está encomendado o segundo volume. Gostei muito do livro. Na altura em que o programa dava na RTPN, a poucas conversas assisti pois só me apercebi da sua existência quando faltavam poucos episódios para acabar. No entanto, parece-me que as conversas escritas são muito mais apetecíveis. Pelo menos para mim, são concerteza. As últimas conversas do livro foram com Gunter Grass, Jeffrey Archer, José Saramago e Dan Brown. 
Gunter Grass foi prémio Nobel da literatura em 1999, no ano seguinte a Saramago. Cá por casa tenho «O gato e o rato» mas ainda não o li. A entrevista fez com que as minhas atenções se virassem para «O tambor», que descreve o período em que Hitler esteve no poder, na perspetiva de uma criança, que se recusa a crescer. Gunter Grass, ele próprio era uma criança nessa altura. Deve ser muito interessante este livro! Esta foi das entrevistas mais profundas de todo o livro. Aquela de que mais gostei.
Seguiu-se Jeffrey Archer, um escritor inglês, do qual não conheço absolutamente nada. Tem 14 livros editados e vários de grande sucesso. Fiquei curiosa por ler «Caim e Abel». A ver se o arranjo no OLX.
Depois foi a vez de José Saramago. Gosto sempre das conversas com Saramago, das suas respostas inteligentes e inesperadas. De Saramago li, há muitos anos, o «Memorial do convento» e «O ano da morte de Ricardo Reis e, há pouco, «Ensaio sobre a cegueira». Este é um livro extraordinário, inovador, atrevido, interventivo, fascinante, que nos agarra até ao fim. Tenho, definitivamente, que ler mais de Saramago. A conversa fez-me pensar em ler «As intermitências da morte» e «Ensaio sobre a lucidez» - obras que também «testam a sociedade em situações-limite»: a greve da morte e uma epidemia de voto em branco. Segundo Saramago, um bom romance «deve ser uma acha capaz de romper o mar gelado da nossa consciência (como dizia Kafka) e, se não for assim, não vale a pena». 
Ah. Uma anotação que não posso deixar de aqui registar: Saramago acha que a leitura obrigatória no 12º ano de Memorial do Convento deveria ser substituída por outra, e recomenda «um bom livro, um excelente livro, um admirável livro que é a Escola do Paraíso» de José Rodrigues Miguéis. Fica a dica (para eu própria o ler).
E terminou o livro com Dan Brown. Deste autor li «O código da Vinci» e, neste momento, não me apetece voltar a lê-lo.
Um livro muito interessante, sem dúvida, este «Conversas de Escritores». A ver vamos se o segundo volume me cativa da mesma forma.

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