sábado, 22 de dezembro de 2012

Então ficamos ...

Ontem fomos ao espetáculo de encerramento da Capital Europeia da Cultura, no Multiusos. As expectativas estavam em alta, até porque já estava tudo esgotado e só conseguimos bilhetes porque houve desistências. 
Começou com os discursos da ordem, formalizando a passagem de testemunho para Košice e Marseille-Provence. Depois de quase uma hora de falatório, começo a aperceber-me que há qualquer coisa no ar... Numa análise mais atenta, verifico que é pó, muito pó pelo ar, tanto que até parecia daqueles fumos lançados por máquinas que o produzem. Mas não. É que o cenário era um parque e o pavimento era feito de terra batida. Ora, terra batida pisada por centenas de pessoas, em algumas partes aos saltos, não foi boa ideia, decididamente. É que nós estávamos pertíssimo! Enfim... no final do espetáculo, além de «parecer uma paquistanesa», toda tapada, já mal conseguia abrir os olhos, de tanto pó acumulado nas lentes de contacto! 
Mas, apesar de tudo, tentei ficar atenta ao espetáculo. A Orquestra convidada foi  a Orquestra Filarmónica das Beiras e eu, que contava ver, mais uma vez, a Fundação Orquestra Estúdio, achei que os primeiros não enriqueceram muito o espetáculo. Eu sei que interpretaram o que lhes pediram, mas eu não apreciei. Achei super monótono, monocórdico... E gosto imenso de música clássica de orquestra, na maior parte das vezes...
A ideia de incluir as tais seis centenas de voluntários percebe-se: a custo zero, conseguiram produzir um espetáculo que, envolvendo a comunidade, transmite perfeitamente a noção do «Eu faço parte». Mas, apesar de apreciar a mensagem, cansei-me de ver gente a entrar, de todos os lados, a cantar músicas que, sendo significativas, eram também muito, muito, muito repetitivas!
Gostei mais das intervenções de Amélia Muge, José Mário Branco e, sobretudo, de Adolfo Luxúria Canibal, vestido de escocês e com um megafone em punho. Por falar em megafone, a «Marcha da Fome» foi um grande momento, altamente representativo, com o qual os espectadores se identificaram bastante, tendo em conta os aplausos. 
Para além de tudo, estivemos dentro do pavilhão cerca de duas horas e meia e, para tanto tempo, ou o espectáculo é maravilhoso e estimulante, ou o cansaço e o aborrecimento apodera-se de nós. Acho que merecíamos uma melhor festa de encerramento deste ano tão especial... 
Fica uma amostra: 
De seguida, fomos para o Centro Histórico, para a «Festa do Não Fim do Mundo», esticar as pernas e arejar, que bem precisávamos! 

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...